Conheça alguns mitos que estão impregnados na musculação a muitos anos e elimine-os de sua vida, te libertando para novos conhecimentos e mais resultados.
Você já parou para pensar na veracidade do que você escuta, lê ou assiste? Você já pensou o quanto as diversas áreas da vida, inclusive a musculação, podem sofrer influência de itens que são inverdades parciais ou absolutas? Talvez, as coisas que você mais tenha como verdade, podem não passar meramente de mitos populares. Pois bem, se você não parou, é interessante continuar adiante neste artigo que trará alguns pontos os quais você pode se surpreender…
Entre as diferentes culturas existentes no mundo, cada qual possui uma característica diferente e leva algumas histórias e lendas que são decorrentes de todo seu processo histórico e algum dia foram contadas, acabando por se tornar inseridas e emergentes naquela população. Não é por acaso que, por exemplo, na cultura brasileira se fala sobre o consumo de leite com manga ser prejudicial, quando na verdade esse conceito surgiu para que escravos na época pós-colonial não roubassem leite de seus senhores. Mitos existem por todos os lugares.
Assim também acontece com a cultura da musculação, ou seja, em dados momentos são criados conceitos os quais acabam se tornando regras e passam a ser verdades absolutas, o que faz com que muitos indivíduos acabem ficando limitados em achar que aquela é a única forma de obter resultados. Portanto hoje, discutiremos um pouco a respeito de 3 mitos que estão “impregnados” no mundo da musculação, propondo o que há ou não de verdade nos mesmas.
1- Você sempre necessita de altas quantidades de cargas para construir músculos
Construir músculos não é algo que seja fácil, e quanto mais se passam os tempos de treinamento, mais então surgem as dificuldades, fazendo com que sejam necessários métodos inovadores para continuar a progressão muscular.
Certamente, muitas vezes os ganhos musculares são associados com o treinamento pesado e envolvendo cargas pesadas, pois parece óbvio que quanto mais exigirmos em força do músculo, mais resultados teremos… Entretanto, há alguns pontos que devem ser levados em consideração:
– O primeiro deles é o fato de que a e a hiperplasia requerem muito mais do que grandes cargas ao músculo. Elas também envolvem aspectos relacionados com o tempo de contração do músculo, o impacto hormonal durante e após o treinamento, a qualidade da nutrição e hidratação do indivíduo, o tempo de descanso adequado e mesmo o volume do treino, entre muitos outros pontos. Assim, um treinamento com menores cargas, mas que apresente maiores características vantajosas aquele indivíduo, será mais bem-vindo do que treinamentos com altas cargas.
– O segundo ponto é que necessitamos de periodizações. Assim como o treino pesado com altas cargas deve fazer parte dessa, treinamentos com maior volume e menores cargas também devem advir nessa periodização para que o corpo não caia em estados de adaptação.
Ainda, admitindo que levantar cargas seja o único fator para ganho de , podemos pensar que quanto mais carga levantamos, então, mais carga temos de levantar no próximo treino. O resultado? Quanto seria então necessário levantar de carga em níveis ótimos musculares? A disponibilidade de peso começaria a se limitar na maioria das academias, as chances de lesão triplicariam, o indivíduo ficaria suscetível a acidentes em exercícios livres, entre outros pontos importantes.
Mais do que carga, é necessário treinar com inteligência e técnica na musculação e é isso que trará os bons resultados e resultados contínuos.
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2- Para a fase de cutting devo utilizar treinamentos volumosos
Assim como se imagina que seja necessário um treinamento breve e pouco volumoso para o ganho de massa muscular, também imagina-se que para obter um bom período de cutting, seja necessário o aumento do volume do treinamento, quando na verdade isso pode resultar em efeitos totalmente indesejados e inversos ao que propomos.
Em primeira instância, devemos considerar que os treinamentos volumosos estimulam primordialmente a hipertrofia sarcoplasmática em maior quantidade. Isso resulta em um aumento que não é duradouro no músculo, ou seja, não estamos aumentando efetivamente as suas fibras musculares, mas o conteúdo celular, assim como de líquidos no interstício das células. O treinamento volumoso ainda possui grandes chances da liberação de hormônios altamente catabólicos, como o cortisol e mesmo o glucagon. Esses hormônios são grandes causadores de perda de massa muscular e podem auxiliar em processos inflamatórios, prejudicando também a recuperação do músculo.
Simplesmente a depleção de glicogênio maior em treinos volumosos não justifica sua utilização para o período de cutting, pelo menos para grande parte dos indivíduos. Em especial, para praticantes de musculação ?drug free?, ou seja, que não utilizam anabolizantes, treinar brevemente seria muito mais vantajoso. Isso porque, consegue-se uma efetiva manutenção na própria fibra muscular, consegue-se poupar a liberação em grandes quantidades desses e de outros hormônios catabólicos, consegue-se estimular o hormônio do crescimento (GH), que tem grande ação em tecidos moles e consegue-se poupar energia, pois lembre-se que estaremos em uma fase dietética restrita.
É importante ainda salientar que a dieta por ser restrita, dependendo de como for restrita, deve ser grandemente considerada, pois ela por si só já pode representar chances de catabolismo. Por isso, sempre o treino deve estar devidamente ajustado.
3- Quanto mais eu treinar, mais irei desenvolver meus músculos
É comum que imaginemos que a persistência em algo aprimorará determinado (s) ponto (s) e teremos melhores resultados. Entretanto, se tratando da musculação, esse fato de persistência requer REALMENTE UM TEMPO LONGO, ou seja, não é persistindo em curtos períodos que iremos obter bons resultados, mas dentro de protocolos corretos é que conseguimos obter estes bons resultados.
Não somente o treinamento volumoso pode acabar com os resultados de um praticante de musculação. A frequência com que realiza a musculação está inversamente proporcional aos ganhos musculares. Isso se deve ao fato de que assim como o corpo NECESSITA de períodos de treino, também NECESSITA de períodos os quais possam ser de descanso, ou seja, sem a realização de quaisquer atividades físicas.
Se, por um lado, o treinamento com pesos é o estímulo para que haja o crescimento e/ou a manutenção muscular, é no período de descanso que o corpo promove as supercompensações e os resultados desejados na musculação. Esse descanso deve ser adequado ao estímulo que é dado ao músculo esquelético e a outras estruturas fundamentais para o funcionamento do sistema motor e neuromotor, incluindo desde ligamentos e tendões, aos próprios nervos.
E é por isso que quando falamos que a persistência na musculação requer ainda mais persistência, muitas pessoas ficam confusas. Para que essas estruturas esteja muito bem recuperadas e possam realizar um trabalho mais pesado ainda, leva-se um considerável tempo, ou seja, dias. E se esses dias não forem respeitados, pouco adiantará o treinamento, fazendo com que o corpo caia em estados de adaptação.
Então, pensamos: Quanto tempo é o ideal para se descansar? E logo, a resposta para essa pergunta fica um tanto quanto aberta e imprecisa. Isso porque o bom tempo de descanso pode ser variável ao estímulo que é dado ao músculo, levando em consideração que cada pessoa possui intensidades diferentes de treinamento e cada característica fisiológica genética possui uma diferente resposta a determinado (s) estímulo (s). Logo, não há como saber o quanto se deva descansar. Esse conhecimento deve, através da experiência, pouco a pouco partir do próprio praticante de musculação ir percebendo com o tempo como seu corpo responde a diferentes tempo de descanso e a necessidade que haverá de dias. Logicamente, a percepção de descanso deve ser bem cuidadosa, pois não somente a sensação de dor tardia pós-treino é o único sinal de que o músculo ainda está fadigado, a motivação para o treino, a plenitude articular e a possibilidade de aumento de intensidade também devem fazer parte dessa plenitude do descanso.
Portanto, jamais negligencie o poder de descansar e recuperar o músculo. Sem sombra de dúvida, hoje, muitas pessoas deixam de ter bons resultados por não se atentarem a pontos fundamentais como esse.
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Conclusão:
A musculação possui muitos mitos os quais perduram durante anos e ainda são bastante evidenciados com a cultura antiquada de muitos praticantes de musculação. Entretanto, a ciência pouco a pouco vem propondo protocolos cada vez mais eficazes os quais possibilitam que as pessoas passem a obter resultados melhores e de maneiras mais otimizadas. Esses resultados envolvem ainda prevenções necessárias ao corpo para que ele não seja acometido de malefícios por parte de treinamentos inadequados.
Pequenos detalhes podem fazer grandes diferenças, portanto é fundamental estar sempre bem atualizado, e atualizado com conceitos os quais possam ser verdadeiros e eficazes às suas necessidades fisiobiológicas individuais.
Artigo escrito por Marcelo Sendon (@marcelosendon)
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